Ao percorrermos diariamente as ruas de uma cidade, corremos o risco de perder a capacidade de nos maravilharmos. O passo apressado, o pensamento focado nos horários a cumprir pode impedir-nos de olhar com atenção ao nosso redor.
A Arte presente nos espaços públicos, tem como uma das suas particularidades, resgatar a nossa atenção e a nossa capacidade de espanto.
Ela não se limita aos museus ou às galerias, vive nas esquinas, nas praças, nas paredes gastas pelo tempo. É uma arte próxima, que se revela a cada olhar distraído e que, de forma quase impercetível, transforma a forma como sentimos a cidade. Lisboa, entre muitas outras cidades do país, torna-se, assim, uma galeria a céu aberto, onde o passado e o presente dialogam e onde cada um de nós estabelece uma relação íntima e imediata com o espaço urbano que habita.
São muitos os artistas representados no CPS, que contribuíram para o embelezamento das fachadas da cidade de Lisboa. Primeiramente focamo-nos nos painéis dos azulejos, tradição secular que remonta ao século XVI e que permanece até aos nossos dias.
#1 Errö

Painel do artista islandês Errö no Vip Executive Art´s Hotel em Lisboa, Foto: António Azevedo/JFPN
Errö, "Mickey", Serigrafia, 70x100 cm, 200 exemplares
#2 Querubim Lapa

Painel de azulejos de Querubim Lapa na fachada da Escola António Arroio, Lisboa
Querubim Lapa, "Feirantes", Serigrafia, 50x80 cm, 200 exemplares
#3 José de Guimarães
Painel de José de Guimarães, estação de metro de Carnide, Lisboa
José de Guimarães, "Tanta foi a tormenta e a vontade", Serigrafia em papel artesanal, 54 x 69 cm, 199 exemplares
#4 Eduardo Nery

Painel de azulejos de Eduardo Nery, Av. Infante Santo, Lisboa
Eduardo Nery, S/ Título, Serigrafia, 56x76 cm, 50 exemplares
Mais recentemente, a expressão do graffiti ou mural ganhou o estatuto de arte, deixando o cunho marginal a que estava associado. Surgiu nos espaços urbanos, no final da década de 60 (séc. XX), como contracultura em resposta a questões sociais e imposições do mercado da arte. Atualmente, não deixando o seu carácter, por vezes, mordaz, é uma forma de arte acarinhada.
#5 Mário Belém

Mural de Mário Belém na Calçada de Sta. Apolónia, Lisboa

Mário Belém, "Viva a vida", Serigrafia, 50x70 cm, 100 exemplares.
Obra realizada, em simultâneo com o mural na Calçada da Sta. Apolónia, por ocasião dos
150 anos da abolição da pena de morte em Portugal
#6 Miguel Januário

Mural "Cumprir Abril" de Miguel Januário, Calçada do Carmo, Lisboa

Miguel Januário, "Abril Mágoas Mil", Xilogravura intervencionada, 76x56 cm, 50 exemplares
Edição Especial 50 Anos do 25 Abril
#7 Gonçalo Mar

Mural "Nature" de Gonçalo Mar, na Lx Factory, Lisboa

Gonçalo Mar, "Naturezas turísticas", Serigrafia, 70x50 cm, 100 exemplares
#8 Maser

Mural do artista irlandês Maser, na Av. Ceuta, Lisboa, realizado no âmbito da residência no CPS

Maser, "Woven tile and leaf", Serigrafia, 56x76 cm, 75 exemplares
A Arte tem vindo a trabalhar o espaço público no sentido da requalificação e regeneração urbana e do compromisso social, permitindo um acesso fácil e democrático dos produtos artísticos e até o envolvimento das comunidades na sua realização.
A Arte cria espaços de beleza e lazer, assim como abre possibilidades de pensamento crítico e reflexivo, a todos os que por ela passam e com ela vivem.