João Cutileiro
Nasceu a 26 de Junho de 1937, em Lisboa. Residia e trabalhava em Évora, onde está exposta parte da sua obra, desde 1985.
Realizou a sua primeira exposição individual ("Tentativas Plásticas") em 1951, com 14 anos, em Reguengos de Monsaraz, onde apresentou esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.
Estreou-se nas artes em ateliês de diversos mestres e, depois de uma breve passagem pela Escola de Belas Artes de Lisboa, ingressou, por indicação de Paula Rego, à Slade School of Art, em Londres, onde se diplomou.
Nos anos 60, Cutileiro regressou a Portugal, subvertendo os cânones da estatuária do Estado Novo, intervindo no espaço público com projetos de arte urbana marcada pelo experimentalismo. Destaca-se o Monumento ao 25 de Abril de sua autoria, instalado no Parque Eduardo VII, em Lisboa, entre muitas outras obras. O intimismo, o erotismo e o amor são os principais temas da sua obra escultórica, muito marcada pelo mármore, reconhecida em Portugal e no estrangeiro. A escultura de D. Sebastião, em Lagos, obra que desafiou o Estado Novo em 1970, foi o seu trabalho mais polémico.
Em 1988, realizou exposições em Almancil, Macau e Lisboa e, no ano seguinte, fez novas exposições em Almancil e na capital de Portugal. Em 1990, realizou uma exposição que se apresentou como a retrospetiva da sua arte, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Foi condecorado com a Ordem de Sant'Iago da Espada, Grau de Oficial, em agosto de 1983, e recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Évora e pela Universidade Nova de Lisboa, este último, concedido em 2017.
João Cutileiro morreu, aos 83 anos, no dia 5 de Janeiro de 2021, em Lisboa.