A celebrar 40 anos de carreira da artista Sofia Areal, o CPS edita três novas serigrafias.
A sua gramática plástica, marcadamente vibrante, de círculos concêntricos e cromatismo muito vivo, está bem presente nas três novas obras.
Com um dos mais interessantes e originais percursos da atualidade, Sofia Areal é hoje uma das artistas portuguesas mais notáveis. A sua obra integra prestigiadas coleções como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Carmona e Costa, além de outras importantes coleções públicas e privadas.
Sofia Areal criou uma linguagem muito própria, trabalhando com o vocabulário escolhido: o gesto decidido e físico, o traço espontâneo; as linhas que viajam e, que por vezes, se transformam em letras. As manchas opacas ou com transparência, as formas lisas ou tridimensionais, as circulares, cheias ou vazias, infinitas. O círculo que não começa, nem termina, continua sempre numa constante renovação. Percecionamos “o movimento rodopiante das formas e a sua metamorfose segundo os mecanismos ocultos do processo de criação”(Maria João Fernandes, AICA).
Orquídea, Serigrafia, 63 exemplares
A artista segue a estética do “muito”, reflete intensidade de viver. A paleta das cores puras incendeia-se com a luz, reivindicando uma liberdade com poucos limites (talvez apenas os da realidade do tempo e do suporte).
“O "pouco" não representa necessariamente depuração, muitas vezes demonstra medo, receio de se expor.” Sofia Areal em entrevista.
Abelhinha, Serigrafia, 63 exemplares
Sofia Areal presenteia-nos com uma pintura solar, de explosão, de vida e afetos. Liga-nos ao prazer, gozo na fruição da beleza como um alento.
“O belo é uma questão de ética e uma figura estética. Está profundamente associado ao trabalho no meu dia-a-dia, que me prende ao mundo." Sofia Areal em entrevista
A sua arte, pintura pela pintura, debruça-se sobre conceitos ligados ao sentido de harmonia, afastando-se de um lado conceptual. A sua envolvência é revelada no filme de Jorge Silva Melo sobre a artista, que referiu ser um caso singular na cultura portuguesa, com uma pintura aberta, expansiva, solar e vital. Disse: “eu quero filmar a sua pintura afirmativa. Que, como ela diz, “é uma questão de sobrevivência.”(Jorge Silva Melo)
Caixas em azul, Serigrafia, 63 exemplares