Manolo Calvo Abad nasce em 1934, em Oviedo, Asturias, Espanha. Pioneiro da abstracção geométrica em Espanha, começa por ser uma artista autodidacta e cuja trajectória artística parte de uma figuração impregnada de fauvismo e pós-cubismo, vanguardas com as quais se familiarizou devido a uma viagem realizada a Paris na sua juventude. Ao regressar a Espanha, integra-se na corrente experimental e investigadora dos anos 50.
Como outros artistas e grupos, Manolo Calvo reage contra o informalismo preferindo uma opção racional e geométrica, e entre 1957 e 1964 realiza as suas séries geométricas. Em 1960 participa em Valencia na Primera exposición conjunta de arte normativo español, organizada pelo Grupo Parpalló, que se juntou ao Equipo 57, ao Equipo Córdoba e José María de Labra. O eixo da sua obra é a dinâmica do módulo, que reorganiza as formas. Um princípio de economia de linguagem leva-o a utilizar apenas o branco e o negro, assim como o círculo e o quadrado como formas básicas. O seu trabalho centra-se nos conceitos de repetição e diferença.
Em 1966 realiza experiências com a electrónica, criando a sua série Artilugios, que necessitam da participação de um público. Após uma viagem ao Brasil, Calvo dá por terminada a sua etapa geométrica, inciando a sua série brasileira que abarca a segunda metade dos anos 60. A sua obra adopta uma postura de crítica social e política, e a sua pintura retorna à figura humana. Começa a realizar acções de carácter social em bairros periféricos de Madrid, e dedica-se também à escultura, experimentando com diversos tipos de materiais.
Surge entre 1972 e 1975 a série, La fertilidad de la alegoría, com base em variações sobre um quadro de Jacob Jordaens. Realizou também cenários para peças de teatro de Brecht, Adamov e Arrabal, bem como ilustrações e trabalhos de assessoriamento artístico em cinema.
A obra de Manuel Calvo distancia-se de todo o sentido comercial da pintura, e é o resultado de uma experimentação plástica contínua nos mais diversos aspectos estilos e tendências, desde o realismo até ao espacialismo, sempre com indubitável qualidade, com honesta intenção, com claro domínio da técnica e com indiscutível talento. A sua etapa de realismo figurativo obedece a um claro propósito de manipular chaves plásticas em função de consumar uma denúncia social. A sua obra figura em numerosos museus e importantes coleções.
Faleceu a 25 de Outubro de 2018, em Madrid.
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