- Esgotado
- Gravura
- Mancha: 29x20,5 cm
- Suporte: 47,5x35 cm
- 100 exemplares
- Ref.: EX0453
Nota Crítica
A obra gráfica de Vieira da Silva , de 1933 a 1991, reunida numa exposição do Palácio Galveias em Lisboa, mostrou o quanto a ilustre artista dedicou a esta forma de expressão o mesmo apuro e requinte envolvidos nos seus originais, cuja estética reflectem perfeitamente, apenas acrescentando-lhes, pela dimensão do múltiplo, a capacidade de comunicação a um público mais vasto. O poeta António Ramos Rosa referiu a respeito da obra de Maria Helena : “a infinita abertura do mundo na luz do seu silêncio”, modo de designar a passagem , no seu universo, do real para o imaginário, do imanente para o transcendente, verdadeira vocação da arte, que no seu conjunto, a sua arte cumpre. Nas delicadas e negras caligrafias da gravura de 1989, actualmente apresentada, com o título “Un Eté de Sel”, teia sombria dos sinais parece ainda velar essa luz essencial, secreto limiar da vida. Vieira da Silva, expoente da Escola de Paris, nasceu em Portugal em 1908 e faleceu em França, onde se radicou aos 20 anos, pouco tempo depois da grande exposição que a Fundação de Serralves lhe dedicou e a seu marido Arpad Szènes em 1989. Residindo em Portugal em 1935 e 1936, Lisboa inspira-lhe trabalhos importantes neste período num estilo geometrizante e cheio de alusões a uma realidade alimentada pela poesia .Permanece no Brasil de 1940 a 1947 enriquecendo a sua reflexão obre o espaço que se vai organizando em grandes extensões impulsionadas pelo quadrado , explosões subtis que evocam os azulejos do seu país natal.Os anos 50 marcam já o pleno reconhecimento no plano internacional de uma pintura que se encaminha progressivamente para um despojamento e uma luz definidoras não já do visível , mas do invisível, limiar de transcendência e do absoluto.