Beatriz Coelho (Porto, 1995) vive e trabalha em Lisboa.
É licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2018).
Desde 2015, tem participado regularmente em exposições, das quais se destacam: I will take the risk, com curadoria de Carolina Trigueiros e Tomaz Hipólito, Tomaz Hipólito Studio, Lisbon, PT. 2019; Exposição Jovem Criador, Nova SBE, Carcavelos, PT, 2019; Finalistas de Pintura 16'17, Sociedade Nacional de Belas-Artes, Lisbon, PT, 2018; Prémio Carpe Diem A.J. Millennium BCP, Águas-livres 8, Lisbon, PT. 2018; ARTLAB – UR – Trilogia de Mundos, Tapeçaria Contemporânea, Museu da Tapeçaria de Portalegre - Guy Fino. Portalegre, PT. 2015-2016.
Em 2018, foi selecionada finalista e foi uma das vencedoras do Prémio Arte Jovem - uma iniciativa da Carpe Diem Arte e Pesquisa com o apoio do CPS e da Fundação Millennium BCP - tendo desenvolvido um projeto editorial no Centro Português de Serigrafia.
Em 2019, foi selecionada finalista do Concurso Jovem Criador.
Entre outras participações e para além da sua prática artística, colabora como autora de artigos para distintas revistas e plataformas integradas no âmbito das artes plásticas, como a Artecapital.
O projeto artístico que Beatriz Coelho tem vindo a desenvolver passa pela exploração de uma dimensão temporal, partindo da prática da pintura e estendendo-se, a partir daí, a outras disciplinas, como a tapeçaria, o desenho e a escultura. Uma exploração que aborda a ideia principal de temporalidade, compreendendo este interesse do ponto de vista temático e processual. No campo temático, encontram-se, constantemente, ideias que se prendem com a nossa relação com o passado (memória, recordação, nostalgia), com o presente (olhar, atenção) e com o futuro (anseios, desejos, expectativas). Do ponto de vista processual, interessam-lhe questões inerentes ao próprio fazer da pintura e das restantes disciplinas que trabalha, questões que se encontram inevitavelmente associadas a uma dimensão temporal, como a materialidade (espécie de sedimentação temporal), a colagem e o jogo entre diferentes superfícies (da qual, a edição desenvolvida no CPS é exemplo). É neste fio elástico que o seu corpo de trabalho se desenvolve, pendendo entre a figuração e a abstração – muitas vezes, integrando elementos que se poderão definir como sugestões figurativas, propondo aquilo que se encontra entre o visível e o invisível, sugerindo um “para lá” da sua última inscrição.
No final, são obras que não narram histórias precisas nem se definem por guiões fechados. Antes, elas abrem caminho: apenas propondo narrativas e oferecendo algo para descobrir no mistério da sua corporalidade - ou da sua ausência - permitindo ao espectador aceder a questões profundamente humanas.