Após a participação no projeto "Mulheres Saramaguianas", o multifacetado artista Manuel João Vieira realizou uma nova gravura no Atelier CPS, desta vez inspirada no conhecido livro do escritor italiano Italo Calvino, "O Visconde partido ao meio".
No novo trabalho "o artista cria um teatro de estranhas fantasias oníricas, com personagens de fábula, animadas por um clima de inquietante perturbação, paradoxos e temores ao mesmo tempo bem característicos da sensibilidade contemporânea", escreve a crítica de arte Maria João Fernandes na revista arte do CPS.
Momento em que Mestre Marçal, responsável pelas edições de gravura e litografia do CPS, revela um dos exemplares da nova gravura de Manuel João Vieira. Podemos observar a matriz tintada na prensa, a partir da qual é impressa a gravura.
Filho mais velho do pintor português João Rodrigues Vieira, Manuel João Vieira (Lisboa, 1962) estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Mentor dos projetos Ena Pá 2000, Corações de Atum e Irmãos Catita, os seus projetos distribuem-se por áreas tão distintas como a pintura, a música, o cinema, a política ou a literatura.
O artista explora uma componente teatral e humorística, à qual alia uma personalidade crítica e aguçada perante a sociedade e os seus costumes ou características.
No âmbito das artes plásticas, uma vez mais se observa a tendência para a criação cenográfica e teatral, desta feita com a construção de espaços inóspitos e ambientes grotescos ou simplesmente do domínio do fantástico.
Manuel João Vieira, "O Visconde partido ao meio", Gravura em 3 variantes de cor, (56 x 70 cm, 25 exemplares cada)
Todos os exemplares são numerados e assinados pelo artista.