António Domingues
Nasceu em Lisboa a 1 de Novembro de 1921. Frequentou a Escola António Arroio, onde mais tarde foi professor de serigrafia. Foi estudante nocturno, negociante de ferro e maquetista numa litografia.
Também foi, desde 1946, militante do Partido Comunista Português. Cruzou as telas com a política e participou, nomeadamente, na Bienal de Artes Plástice. Entretanto, ladeado pelos companheiros de sempre - Leonel Rodrigues, Moniz Pereira, Marcelino Vespeira, Alexandre O'Neill, Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas e outros - fundou o Grupo Surrealista de Lisboa.
Em 1942, frequentou as tertúlias artísticas do café Hermínios. É o autor da série de desenhos "Lendas de Timor", e deixou uma autobiografia, publicada, em 1986, pelo jornal "Diário". Foi político anarco-sindicalista, chefe de redacção do Diário “A Batalha”, e sócio e periodista da Editorial Globo. No âmbito surrealista, apesar da sua participação ter sido breve, devido a ter-se afastado em seguida para se entregar à luta político-partidária, deixou alguns poemas e uma contribuição no grande cadavre-exquis de 1948, exposto na primeira exposição do Grupo Surrealista de Lisboa.
Não se afastou contudo por completo da actividade artística, dando aulas e realizando trabalhos como gráfico e ilustrador, e por fim regressando à pintura. Entre as exposições individuais que realizou, destacamos: 1977, Exposição Retrospectiva, Museu Nacional da Natureza, Luanda, Angola; 1986, União dos Escritores Angolanos, Luanda, Angola; 1988, SNBA, Lisboa; 1994, Biblioteca Municipal Camões, Lisboa; 1996, Clube dos Jornalistas, Lisboa.
Faleceu a 14 de Agosto de 2004.