dizer-te / querer-te

Isabel Baraona

195€
Sócios: 139€ ou 3M
- +
  • Linogravura
  • Papel Fabriano Tiepolo 290gr
  • Mancha: 29 x 31 cm
  • Suporte: 56,5 x 37,5 cm
  • Data: 2018
  • 35 exemplares
  • Ref.: G35547

A PLENITUDE DE UM DISCURSO AMOROSO AMEAÇADO

 

Isabel Barahona (Cascais, 1974), artista plástica, professora, tem uma formação em escultura, pintura, vidro e desenho (Ar.Co, 1993/96) e fez a Pós-graduação em Pintura na FBAUL (2005/06). Estudou pintura em Bruxelas e é Doutorada em Artes Visuais pela Universidade Politécnica de Valência. Em 2013, no contexto de um pós-doutoramento, foi bolseira da Universidade Rennes 2 onde desenvolveu uma investigação na origem do projeto de um arquivo on line sobre livros de artista e edição de autor em Portugal. Iniciou o seu percurso artístico em 2001 com uma exposição individual intitulada “mythologies tendo desde então participado em diversas mostras individuais e coletivas, em Portugal e no estrangeiro, entre as quais se destaca em 2018 a mostra coletiva com o título “Ar” no Museu Municipal de Faro. Vasco Vidigal que a seu respeito se pronunciou (Artadentro, Museu Municipal de Faro, 2009/2010) evoca a propósito da série apresentada em 2003 “tu es mon pays” a “memória do processo de fazer” que transforma a superfície pictórica numa “paisagem marcada e reveladora da ação do tempo”. Processo que se aprofunda posteriormente fazendo confluir no espaço de uma intimidade assumida, circunstâncias e fenómenos exteriores. (…) Esta espécie de “deriva introspetiva” passando a utilizar o desenho “como forma privilegiada de investigação e inventariação” da condição feminina. Numa relação sempre assumida entre as coordenadas líricas de um mundo íntimo e maravilhoso e uma realidade invasora e hostil. As quatro linóleogravuras que apresenta atualmente, uma interação entre escritas subjetivas de acentuada vertente lírica com fundos evocadores de impressões digitais refletem as suas preocupações e o seu percurso anteriores. As inscrições de palavras sobre a pele que parece simbolizar aqui o tecido subtil da alma: “agora aqui dizer-te tempo querer-te nós boca”, “tatua-me e canta comigo”, “agora aqui”, “dizer-te querer-te”, “tempo nós”, têm o sentido de um diálogo amoroso desejado e sempre interrompido por todas as vicissitudes exteriores que ameaçam a sua plenitude.

 

Maria João Fernandes

Nov. 2018

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