Decano da arte portuguesa e um dos grandes nomes do Surrealismo português e europeu, Cruzeiro Seixas nasceu a 3 de Dezembro de 1920 na Amadora. No seu longo percurso artístico, conta com uma fase expressionista, outra neo-realista e outra, com início no final dos anos 40, mais prolongada, em que integra o movimento Surrealista Português, ao lado de Mário Cesariny, Carlos Calvet, António Maria Lisboa, Pedro Oom ou Mário Henrique Leiria.
Foi um dos seus precursores e atualmente é considerado um dos seus máximos expoentes, considerando-se que o surrealismo fantástico visível na sua obra, tenha tido como principal inspiração o trabalho do artista De Chirico. É autor de um vasto trabalho no campo do desenho e pintura, mas também na poesia, escultura e objectos/escultura.
No ano de 1952 foi viver para Angola, onde realizou várias exposições individuais e projetos na área da museologia. Em 1964, fugindo da guerra colonial que se vivia, decidiu empreender uma viagem pela Europa. No seu percurso conta inúmeras exposições individuais e coletivas em importantes museus e galerias, em Portugal e no estrangeiro e com diversos prémios e distinções, entre eles, uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1968 e o Prémio SocTip “Artista do Ano”, em 1989.
Em 1999 doou a totalidade da sua coleção à Fundação Cupertino de Miranda com vista à constituição de um Centro de Estudos e Museu do Surrealismo. Em Outubro de 2012, a Sociedade Portuguesa de Autores atribuiu a Medalha de Honra a Cruzeiro Seixas em forma de reconhecimento pela sua longa e sólida carreira artística, como pintor e poeta. Com o mesmo intuito, as Galerias Perve e a Câmara Municipal de Oeiras inauguraram a exposição "Homenagem a Cruzeiro Seixas - Um passo à frente em África", no Centro Cultural do Palácio do Egipto, em Oeiras.
Em 2018 foi homenageado aos 97 anos pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e pelo Centro Português de Serigrafia, editor há largos anos da sua obra, que lançou, pela ocasião, o Catálogo de Obra Gráfica e Múltiplos de Arte do artista.
A sua obra é amplamente conhecida e facilmente identificada, pela sua marca pessoal e intransmissível, pelo carácter distintivo que imprime em todas as suas peças. Está representado em importantes coleções como Museu do Chiado, Fundação Calouste Gulbenkian, Biblioteca Nacional de Portugal, Biblioteca de Tomar, Fundação Cupertino de Miranda, Museu Machado de Castro, em Coimbra, Museu de Castelo Branco e Fundação António Prates.
Faleceu em Novembro de 2020, perto de completar o seu centenário.
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