Günter Grass
Nasceu no ano de 1927 em Danzigue, actual Gdansk, cidade do norte da Polónia. Danzigue foi entre 1920 e 1939, uma cidade estado, semi-autónoma, criada em conformidade com o Tratado de Versailles, após o fim da I Guerra Mundial. Chamada a Cidade Livre, foi separada da Alemanha, na altura chamada de República de Weimar, e na nova nação independente da Segunda República Polaca. Personagem controversa, homem de esquerda no debate público, causou agitação quando no primeiro volume da sua autobiografia “Descascando a Cebola”, descreve como se alistou voluntariamente nas SS aos 17 anos. Após o serviço militar e de ter estado cativo pelas forças militares americanas, trabalhou com lavrador e mineiro e estudou artes em Düsseldorf e Berlim. Iniciou-se na escrita na década de 50, publicando a sua primeira poesia em 56 e a sua primeira peça em 57. Romancista, poeta, dramaturgo, ilustrador, pintor e escultor, era visto como “a consciência moral da nação alemã”, tendo-se feito membro, em 1955, do Gruppe 47, socialmente crítico e de ser um reconhecido defensor ativo do partido alemão SPD.
Em 1999 recebeu o Prémio Nobel da Literatura. Segundo a Academia Sueca, Günter Grass concedeu um novo rumo à literatura alemã, retomando uma parte da história esquecida, com mordacidade e em tom de fábula negra. Membro da Academia das Artes de Berlim, ganhou o reconhecimento internacional com o livro “O Tambor de Lata” publicado em 1959. É o primeiro volume da Trilogia de Danzig, onde o autor recria com ironia e humor negro o ambiente vivido na sua cidade natal, antes e durante a II Guerra Mundial. Recebeu ainda outros prémios de prestígio como o Prémio Literário Príncipe das Astúrias, o Prémio Internacional Mondello e a Medalha Alexander-Majakovsky. Foi distinguido como Doutor Honoris Causa pela Universidade de Gdansk, Poznan e Harvard.
Faleceu em 2015, aos 87 anos, em Lübeck, Alemanha.