Nasceu em Novembro de 1944 em Pombal vindo a falecer em Lisboa em 2011. No início dos anos 60 muda-se para Lisboa. Em 1995, começa a desenhar de uma forma espontânea e imediata, alheia às alusões do mundo exterior. Compreender a criatividade da sua obra passa necessariamente por entender o conceito da "arte bruta", a arte dos artistas autodidatas com problemas do foro psíquico, por vezes marginalizados e distantes da cultura artística, sua história ou referências. É isso que Victória faz, ao recorrer à arte como forma de manifestação do seu inconsciente, através de linhas deliberadamente deformadas e mal acabadas, a utilização de coloridos acentuados e de composições assimétricas. A sua obra reflete a biografia da sua vida, por vezes solitária e desfragmentada, e a imperiosa necessidade de se exprimir.

Em 2008 o CPS editou a sua única serigrafia e foi publicado um artigo de João Prates sobre a sua obra no N º. 65 da RAW VISION, considerada a revista mais importante a nível mundial na especificidade de Outsider Art. Em 2013 Tomás Paredes, Presidente da Associação Espanhola de Críticos de Arte, publicou um artigo sobre a artista no livro a Mulher e a Arte, integrado no XIV Congresso de Críticos de Arte. Em 2021 foi uma das artistas selecionadas para integrar o número especial sobre Outsider Arte da prestigiada revista canadiana HB, entre artistas dos EUA, Canadá, Reino Unido, Costa do Marfim, Irão, China ou Japão.