João Hogan
Portugal

João Hogan

Nasceu em Lisboa a 4 de Fevereiro de 1914, no seio de uma família de pintores. De ascendência irlandesa, era neto do aguarelista Ricardo Hogan e sobrinho do pintor Álvaro Navarro Hogan.
Frequentou durante um ano (1930-31) o curso geral da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Descrente do ensino artístico, tornou-se auto-didata, exercendo a sua vocação como pintor, juntamente com o seu trabalho como marceneiro. Em 1937 tornou-se aluno de Frederico Ayres e de Mário Augusto nas aulas noturnas da Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA).
A primeira exposição individual em 1951 na SNBA. Elegeu a paisagem como tema predileto e interpretou-a exaustivamente durante todo o seu percurso artístico.
Teve, numa primeira fase, a grande influência dos naturalistas portugueses, Silva Porto, Columbano ou Malhoa, mas num segundo momento nomeou como mestres Van Gogh e Cézanne, notando-se na sua obra a geometrização dos elementos da paisagem e a solidez na estruturação da imagem. No início do seu percurso pintava ao ar livre nos arredores da cidade de Lisboa ou na Beira Baixa, método que foi abandonado à medida que foi trabalhando uma paisagem mais crua, menos pormenorizada, mas também mais imaginativa e até fictícia. Em 1953 integrou a representação portuguesa na II Bienal de S. Paulo, Brasil e em 1957 participou na 1ª Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian. Recebeu 1º Prémio de Pintura na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, 1961 e o 1º Prémio de Pintura Silva Porto, SNI, Lisboa, 1964. Em 1957 iniciou-se na gravura, sob influência de William Hayter, de quem foi aluno. Foi sócio fundador da Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses, em Lisboa, onde dirigiu diversos cursos de gravura, tendo um papel importante na formação das gerações mais novas. A sua obra é de enorme diversidade.
Está representado em diversas coleções e museus, nomeadamente no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, no Museu do Chiado e no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Faleceu em Lisboa em 1988. Quatro anos mais tarde, em 1992, foi homenageado com uma exposição antológica no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.
Faleceu em Lisboa a 16 de junho de 1988