Paulo Arraiano, nasceu em 1977. Arraiano [adj. Que mora na arraia ou fronteira. Que é natural da fronteira]
O universo visual de Paulo Arraiano reside numa dualidade que funde o natural e o artificial, natureza e urbanidade, emergência e criação. Na intersecção entre estes dois mundos aparentemente opostos e exclusivos, conseguiu estabelecer um novo equilíbrio que emerge da energia primitiva que flui entre um e o outro e se encontra na raiz da sua dialéctica visual. Procurar a sociedade mesmo antes da referência “homem”. Um território, um corpo, a deriva por fluxos de energia. O trabalho plástico de Paulo Arraiano tem vindo a debruçar-se sobre o território imaterial e a sua ligação com o território físico: cartografias emocionais onde o corpo age como uma extensão da natureza, através de um registo assente no movimento e na fluidez da ligação à raiz, procurando trazer para a cidade a energia que esta tende a esquecer. No trabalho do artista plástico, o desapego pela obra original enceta a deambulação emocional num novo corpo/ espaço dialogante, um cruzamento entre a cartografia urbana e os meridianos do corpo humano num alinhar de premissas para uma obra de “acupuntura urbana”. Procurando pontos de conflito, bloqueios, fluxos emocionais e energéticos a serem retribuídos ao espaço geográfico.
Em 2015, no âmbito dos 30 anos do CPS, comissaria a exposição "1/81" no Museu do Côa, para a qual realiza as serigrafias "Sediment S I" e "Sediment S II" no Atelier CPS.