Najia Mehadji nasceu em 1950, em Paris.
Artista de grande destaque no panorama da arte contemporânea de Marrocos, é também reconhecida em França, desde a década de 1980, com várias exposições em museus, incluindo duas retrospetivas em 2018 e 2019.
A sua dupla origem, francesa e marroquina, levou-a a criar uma síntese das culturas ocidental e oriental.
Desde muito cedo, o seu interesse pela vanguarda e pela expressão do corpo fê-la inventar as suas próprias ferramentas e uma abordagem singular da pintura.
Nos anos 1970, em França, o seu empenho no reconhecimento das mulheres no mundo da arte contemporânea levou-a a integrar o grupo Femmes/Art e a trabalhar para a revista Sorcières.
A obra de Najia Mehadji pode ser dividida em vários períodos criativos importantes. Depois das pinturas de impressões (1980-1990) influenciadas pela música contemporânea e expressão corporal, seguidas de pinturas monocromáticas de grande formato pinturas/desenhos monocromáticos sobre tela de linho, com formas simbólicas universais (1990-2010), Najia desenvolve, desde 2010, trabalhos centrados no gesto, inspirados na caligrafia oriental e na dança. Cria assim a sua própria escrita em linhas contínuas e dinâmicas, numa performance física e mental. Simultaneamente, tem criado obras que se insurgem contra a barbárie da guerra (nomeadamente o destino das mulheres) e contra a pena de morte em todo o mundo.
As suas obras encontram-se em numerosas coleções, entre as quais as do Instituto do Mundo Árabe (França), do Fundo Nacional de Arte Contemporânea de Paris (França), do Museu de Arte Moderna e Contemporânea do Centro Georges Pompidou (França), do Museu de Arte Moderna de Céret (França), do Museu de Belas Artes de Amman (Jordânia) e do Museu Mohammed VI de Arte Moderna e Contemporânea (Marrocos).
Najia Mehadji vive e trabalha entre Paris e Essaouira, Marrocos.
Foto: Sebastien VINCENT