O Centro Português de Serigrafia (CPS) tem o prazer de apresentar a exposição “Chupa-Chups” de Gracinda Candeias, a inaugurar no próximo sábado, 12 de julho, às 17h, na Galeria do CPS no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.
A exposição assinala um momento especial na carreira de Gracinda Candeias, artista incontornável da arte contemporânea portuguesa, que celebra este ano 55 anos de percurso artístico. Reconhecida sobretudo pela sua pintura, Gracinda Candeias construiu uma obra multidisciplinar que atravessa a performance, cenografia, moda, arte pública e a investigação artística, destacando-se como uma das pioneiras da Body Art em Portugal.
As performances realizadas no final da década de 1970 – como a apresentada na 1.ª Bienal de Cerveira, em 1978 – surgiram num Portugal em transição, ainda marcado por estruturas conservadoras. Nestes gestos, a artista explorava o corpo como meio de expressão e emancipação, em performances que descreve como “a libertação do corpo e a festa dos sentidos”. O reconhecimento internacional desse período foi recentemente valorizado com a sua presença numa exposição no Museu de Valência (IVAM), que destacou a relevância histórica dessas ações performativas.
É neste contexto que o CPS homenageia e revisita este capítulo marcante da obra de Gracinda Candeias. A exposição “Chupa-Chups” apresenta duas novas edições de arte — uma serigrafia e uma estampa digital, em edições limitadas, numeradas e assinadas — que recorrem a imagens emblemáticas dessas performances dos anos 1980. Estas obras sublinham o papel da artista como voz crítica e disruptiva, cuja abordagem ao corpo feminino permanece surpreendentemente atual.
Ao lado destas novas edições, estarão também patentes as obras originais da trilogia “Chupa-Chups”, um conjunto fotográfico anteriormente exibido no IVAM, que testemunha a força simbólica e visual do trabalho performático de Gracinda Candeias.
“Estas peças mostram um lado meu que as pessoas não conhecem. Já lá vão 42 anos desde que iniciei o meu ato performativo, ou seja, a Body Art. Foi uma libertação do corpo da mulher que, de facto, me libertou e me permitiu fazer o que realmente sentia. (…) Em 1982, já se tinham passado alguns anos depois do 25 de Abril, mas as mentes ainda não estavam, e não sei se estarão, preparadas.” — Gracinda Candeias
Gracinda Candeias, “Ato Performativo”
Serigrafia e estampa digital (70x50)
Edições limitadas de 47 exemplares, numeradas e assinadas, 2025
Esta exposição integra as comemorações dos 40 anos do CPS e estará patente até 20 de julho, com entrada livre.
GRACINDA CANDEIAS
Chupa-Chups
De 12 a 20 de julho de 2025
Galeria do CPS no Centro Cultural de Belém
Praça do Império, Lisboa
Horário: Todos os dias, das 10h às 19h